Dentro do culto aos Orixás, no Candomblé, uma das maiores quiçá
a maior busca é pela vida sem fim, (a imortalidade), afinal tratasse de um
culto de resistência e ancestralidade e é neste sistema de valores que o
candomblé é baseado.
Cada ser humano constrói a sua personalidade e feitos e quando
partem os deixam de recordação.
Ninguém se recordará de quem nada fez, de quem não construiu
sua própria história. Quando mais se constrói laços vitais e historias com os
demais seres vivos mais o antepassado reviverá.
A imortalidade é atingida como vivente, ainda que
homem/mulher deixe de existir como individuo, será como vivente perpetuado por
gerações.
No candomblé vivemos uma relação
interativa com os antepassados. São os “antepassados”, pais, avós, tios, cujos
nomes e feitos são recordados. Invocam-se
pelos seus próprios nomes, e como antepassados vivem no momento que são
invocados (Lembrados).
Os antepassados são
verdadeiros chefes, guardiões dos costumes: velam pela conduta dos seus
descendentes e observam e orientam os ritos e costumes. Dentro do nosso culto
existe a fidelidade às tradições, o respeito pelos anciãos e pelos os mortos
(antepassados). Os cumprimentos das cerimônias estão permanentemente sob o seu
controle.
Os antepassados
desempenham um papel estabilizador social básico. A presença dos antepassados no
culto aos orixás e na vida cotidiana dos vivos, longe de ser um simples objeto
ou sistema de conhecimento teórico, é uma realidade viva que encanta e
absorve a atenção de quem conhece.
O papel dos antepassados
é o de guardar viva a recordação das nossas origens e da nossa história. Negar
isto é negar as nossas raízes e até nossa identidade.
A imortalidade existe
dentro da sociedade que cultua seus antepassados.
Não há morte enquanto houver lembranças.
Fontes: Revista Afro
Negro; Wordpress.
Texto adaptado.
Foto: Retirada da internet ; Rodrigo Lôbo/Acervo